Era exatamente essa edição que me acompanhava para cima e para baixo |
No começo da minha vida militante, ganhei um livro sobre a
Guerrilha do Araguaia, o título era “Guerrilha do Araguaia: Uma epopeia pela
liberdade”. O livro rico em detalhes e análise sobre a guerrilha, em sua contracapa
tinha fotos de jovens que foram mortos
naquela luta.
Andava com aquele livro pra cima e pra baixo, como se fosse
o meu cartão de visitas, meu descanso no ônibus, meu pote de energia para as
batalhas que enfrentava. Batalhas essas que não chega ao dedo mínimo daquela
histórica.
Um dia, conversando com outros jovens sobre a perspectiva militante
de cada, um cara ao ser questionado sobre o que queria ser, qual caminho queria
prosseguir no partido disse:
- Todo mundo quer ser do comitê central, mas o meu sonho é
ser da executiva nacional da UJS (União da Juventude Socialista, organização
que todos da rodinha faziam parte).
Achei respeitável a opinião dele e não disse a minha porque
tinha fama de esquerdista e esse rótulo já estava se transformando em algo
superficial naquele ambiente. Então, não falei o que queria ser “quando crescer”
na militância.
Hoje, sem sombra de dúvida, desabafo. Queria ser uma
daquelas jovens que figuravam na contracapa do livro sobre a Guerrilha.
É claro que gosto de viver em um regime democrático, sei que
o contexto é diferente, mas é esse sentido que quero dar para minha existência.
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