segunda-feira, 24 de março de 2014

O que eu queria ser...

Era exatamente essa edição que me acompanhava para cima e para baixo


No começo da minha vida militante, ganhei um livro sobre a Guerrilha do Araguaia, o título era “Guerrilha do Araguaia: Uma epopeia pela liberdade”. O livro rico em detalhes e análise sobre a guerrilha, em sua contracapa tinha  fotos de jovens que foram mortos naquela luta.

Andava com aquele livro pra cima e pra baixo, como se fosse o meu cartão de visitas, meu descanso no ônibus, meu pote de energia para as batalhas que enfrentava. Batalhas essas que não chega ao dedo mínimo daquela histórica.

Um dia, conversando com outros jovens sobre a perspectiva militante de cada, um cara ao ser questionado sobre o que queria ser, qual caminho queria prosseguir no partido disse:

- Todo mundo quer ser do comitê central, mas o meu sonho é ser da executiva nacional da UJS (União da Juventude Socialista, organização que todos da rodinha faziam parte).

Achei respeitável a opinião dele e não disse a minha porque tinha fama de esquerdista e esse rótulo já estava se transformando em algo superficial naquele ambiente. Então, não falei o que queria ser “quando crescer” na militância.

Hoje, sem sombra de dúvida, desabafo. Queria ser uma daquelas jovens que figuravam na contracapa do livro sobre a Guerrilha.


É claro que gosto de viver em um regime democrático, sei que o contexto é diferente, mas é esse sentido que quero dar para minha existência.

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